Texto por Colaborador: Redação 05/12/2025 - 02:30

Liverpool lidera em gols esperados, mas não consegue converter em resultados

Desde a derrota para o Crystal Palace, que deu início à má fase dos Reds, o time conquistou apenas quatro vitórias, sofreu nove derrotas e empatou uma vez nas últimas 14 partidas somando todas as competições.

Nesse recorte, a equipe balançou as redes 17 vezes, mas foi vazada em 25 oportunidades.

Os dados de gols esperados contam uma história diferente. Os Reds apresentam desempenho aquém do projetado, enquanto seus adversários conseguem superar consistentemente as expectativas.

Divergência incomum nos números de xG do Liverpool

O xG é uma métrica que calcula a probabilidade de uma finalização se converter em gol. Simplificando, mede a qualidade das oportunidades criadas.

Se uma finalização possui xG de 0,4, por exemplo, teoricamente seria convertida em quatro de cada dez tentativas.

Nas últimas 14 partidas, segundo dados do FotMob, o Liverpool produziu 26,08 xG, porém converteu apenas 17 gols, indicando que a baixa efetividade nas finalizações tem sido determinante para a escassez de gols.

Considerando ainda que a equipe sofreu 25 gols com apenas 19,12 xG contra, o resultado é um Liverpool frustrado e um Arne Slot incapaz de explicar a queda no desempenho coletivo.

Embora os Reds continuem gerando um volume razoável de xG, o principal problema na frente do gol está, sem dúvida, na qualidade das oportunidades que conseguem criar.

Contra o Sunderland, o Liverpool finalizou 23 vezes, acumulando apenas 1,37 xG conforme a Opta, resultando em média de 0,06 por chute. Isso significa que, em cada tentativa, havia apenas seis chances em 100 de a bola entrar.

A última vez que registraram uma média de xG por finalização inferior, numa partida com mais de 20 chutes, foi em janeiro de 2016, diante do Arsenal (0,053).

Os dados demonstram que o Liverpool não consegue penetrar em zonas suficientemente perigosas para que seus esforços gerem impacto real.

A precisão individual também tem peso significativo nessa equação, e Cody Gakpo ilustra perfeitamente essa questão na temporada atual.

Entre os 70 jogadores que realizaram 15 ou mais finalizações nesta temporada da primeira divisão, apenas Thierno Barry, do Everton (6,7%), apresenta taxa de acerto ao gol inferior à de Gakpo, que acertou o alvo em somente seis das 33 tentativas.

A maior parte de suas finalizações não partiu de posições ideais, como demonstra o fato de que, antes da vitória no fim de semana sobre o West Ham, o holandês registrava o menor xG (3,92) entre todos os jogadores da Premier League com mais de 30 chutes na temporada.

Gakpo não está sozinho na perda de pontaria.

Mesmo finalizando com mais frequência que qualquer outro clube da divisão, o Liverpool possui a pior taxa de precisão da Premier League, acertando o alvo em meros 26,5% de suas 15,4 finalizações a cada 90 minutos.

Uma das soluções para potencializar o ataque do Liverpool seria posicionar seus jogadores em melhores condições de finalização.

Nesta temporada, os Reds têm falhado repetidamente em romper as defesas adversárias, recorrendo com frequência a chutes com diversos jogadores entre a bola e o gol.

O time também enfrenta dificuldades para colocar seu principal finalizador, Alexander Isak, em situação de marcar.

O centroavante sueco praticamente não se envolve na construção das jogadas e sofre com a carência de passes dentro da área, tendo tocado na bola apenas duas vezes contra o Sunderland e três vezes diante do West Ham.

A drástica queda no rendimento de Salah também ganhou amplo destaque. Na temporada anterior, o egípcio registrou média de 1,25 gols e assistências combinados a cada 90 minutos no campeonato.

Porém, a média combinada por 90 minutos desta temporada é significativamente inferior à da temporada passada, ficando em apenas 0,48.

Isso se explica parcialmente pela posição de onde Salah tem finalizado. Sua distância média de chute ao gol nesta temporada é de 14 metros, enquanto na temporada anterior era de 13,3 metros, proporcionando-lhe, portanto, uma probabilidade ligeiramente superior de marcar.

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